Na organização social contemporânea, especialmente no Brasil, com muitas características de desigualdades de gênero, cabe pensar na Educação com um papel primordial na redução dessas desigualdades, no rompimento de preconceitos e na promoção de uma sociedade mais igualitária, plural e democrática. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo analisar a presença e o trabalho da figura masculina na Educação Infantil. Visando atingir tal objetivo adotamos dois procedimentos metodológicos já realizados em uma pesquisa anterior e ampliados neste trabalho: 1) Análise dos relatos de experiência de um dos autores deste texto na condição de estagiário da Educação Infantil e de mais dois estudantes de graduação em Pedagogia que estagiaram em Centros Municipais de Educação Infantil, na cidade de Natal/RN; 2) Análise de pesquisas, realizadas entre 2018 e 2023, sobre a presença de profissionais homens na Educação Infantil no Brasil, dos repositórios das Universidades Federais do país. Como referencial teórico, acionamos os Estudos de Gênero com autores como Louro (2004), Sayão (2005) e Silva (2015). Os principais resultados apontam para: 1) O estranhamento da presença masculina no âmbito da Educação Infantil; 2) Tensões na relação entre família e escola envolvendo a atuação profissional masculina; 3) Identidade docente no âmbito da Educação Infantil como preponderantemente feminina e 4) Interação com naturalidade das crianças nas relações com os profissionais homens. Esses resultados indicam a necessidade de investimento na formação inicial e continuada de professores(as) no que diz respeito à temática de gênero; a necessidade de diálogo e estreitamento de laços na relação entre família e escola; assim como a necessidade de compreender de onde partem esses preconceitos. Ao mesmo tempo, as relações das crianças estabelecidas com os profissionais homens evidenciam que a presença masculina nessa etapa escolar pode colaborar para a promoção de uma sociedade mais democrática, plural e igualitária.