O presente trabalho originou-se dos estudos realizados no Núcleo de Estudos Agrários e Dinâmicas Territoriais (NUAGRÁRIO), no período de 2018-2019, durante a pesquisa intitulada A Geografia dos Conflitos no Campo do Brasil e Alagoas: violência e assassinato pós-golpe de 1964 e de 2016, historicidade e impunidade, e busca apresentar uma Alagoas de lutas travadas pelas trabalhadoras e trabalhadores do campo como forma de resistência e enfrentamento ao poder e ao discurso hegemônico e suas implicações na vida dessas populações, trazendo como ponto central de discussão as manifestações ocorridas no referido estado nos anos de 1985-2023. Este trabalho expõe antes de tudo a resposta das trabalhadoras e trabalhadores rurais que vão às ruas denunciar atos de violência, restrição de direitos e lutar por políticas públicas. Para tanto, a presente pesquisa contou com levantamentos de dados nos cadernos de Conflitos no Campo no Brasil, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e espacialização dos dados com o auxílio do programa PhilCarto e realização de levantamento bibliográfico e documental. A base teórica foi fundamentada em Andrade (2004), Costa (2012), Foucault (1971), Lima (2020), Santos (2014) entre outros autores. Estruturalmente o artigo está dividido em 3 momentos, o primeiro aborda a importância do levantamento realizado pela CPT para a construção de novos olhares e discursos sobre o tema em questão. O segundo analisa o direito de manifestar-se a partir da Constituição Federal do Brasil. Por fim, o terceiro busca especializar essas ações de resistência ocorridas em Alagoas, fazendo um paralelo com a configuração sociopolítica correspondente as regiões desses enfrentamentos. Se faz necessário entender que as manifestações são expressões coletivas de ações por mudanças no cenário em que um grupo ou grupos de pessoas se encontram inseridos. Sendo assim, é a soma dos desejos particulares externados e articulados entre si.