Trata-se de um relato de experiência de uma formação continuada caracterizada como pesquisa-intervenção com professoras de cinco Instituições Parceiras de Educação Infantil em uma Região Administrativa do Distrito Federal. Esta formação surgiu como desdobramento da Tese de doutorado da primeira autora. Teve por objetivo verificar se os achados na pesquisa de doutoramento a respeito das identidades constitutivas da identidade docente (identidades: missionária, instrumental, proletária e profissional) seriam identificadas em um grupo maior de participantes e como a prevalência de determinada identidade impacta suas implicações pedagógicas no sentido de buscar atender as especificidades do desenvolvimento e aprendizagem infantil na primeira infância. Utilizou-se a abordagem qualitativa em busca da construção de um conhecimento construtivo-interpretativo. Utilizou-se como referenciais teóricos: a Psicologia Histórico-Cultural, os postulados da Educação Libertadora e da Psicossociologia para orientar a metodologia de aplicação e análise dos resultados encontrados na pesquisa-intervenção. Os procedimentos de coletas das informações envolveram: formulário google, escuta pedagógica, avaliação escrita e|ou oral. Os resultados corroboraram com os achados da pesquisa de doutoramento, verificando a prevalência da identidade missionária. Evidenciou-se que, os aspectos encontrados na composição da identidade docente impactam diretamente no estilo pedagógico e relacional adotados pelas professoras e professores, demonstrando a relevância da do investimento em pesquisa-intervenção. Entende-se que, o desafio da formação de professores, demanda uma mudança paradigmática em que os processos subjetivos dos professores necessitam ocupar a centralidade. Acredita-se que, a tomada de consciência de que suas escolhas profissionais estão associadas à uma herança de mulheres cuidadoras; e da complexidade inerente ao desenvolvimento das funções psicológicas superiores nesta fase crucial da infância, poderá descortinar a necessidade de desenvolver as competências inerentes à identidade profissional, até mesmo como estratégias para evitar sofrimentos, permitindo-lhes desenvolver a capacidade de reflexividade diante da sobrecarga e sentimento de impotência no exercício da profissão.