O sistema econômico no qual a sociedade está inserida, visa, como objetivo central, a acumulação de capital, com isso, um de seus principais produtos é a resultante desigualdade social. Objetivando a manutenção deste sistema, historicamente desenhou-se um imaginário social que enaltece o consumo desenfreado. Neste contexto, a educação se apresenta como meio imprescindível para instrumentalizar pessoas, almejando uma vivência em sociedade mais consciente. Este artigo pretende apresentar resultados de pesquisa feita com alunos dos cursos de educação financeira e orçamento familiar, ofertado pelo Procon de Juiz de Fora, com objetivo de identificar qual a importância da educação financeira, nos primeiros anos de escolaridade dos cursistas, para a inclusão ou exclusão financeira dos participantes. A coleta de dados se deu por meio de análise do perfil dos cursistas do ano de 2023 e em questionário aplicado aos alunos que frequentaram as atividades voltadas para a educação financeira, ofertadas pelo Procon no primeiro semestre do ano de 2024. O trabalho buscou responder às seguintes perguntas: existe relação entre a educação financeira e a mudança de comportamentos e atitudes financeiras? Em que medida a ausência de educação financeira, nos primeiros anos de escolaridade, pode ter influenciado em escolhas pouco acertadas na vida financeira? Qual o perfil das pessoas com maiores e menores conhecimentos financeiros? Quais os sonhos de consumo mais comuns às pessoas com menor informação financeira? A análise das informações se dará por meio de autores como Ferrada, Akaki, Soto e Ortiz, que estudaram a influência da educação financeira no México e Chile como fator de inclusão. Os principais achados apontam que a busca pelas formações na área financeira é geralmente de mulheres, entre 41 e 59 anos, chefes de família, que se desorganizaram financeiramente pela falta de conhecimento sobre como lidar de forma organizada com suas receitas e despesas.