Em abril de 2003, foi promulgada a Lei nº 10.639/03, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.694/96) ao estabelecer a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio. Tal marco legal é fruto da luta dos movimentos negros, que buscam promover uma educação antirracista ao ocupar espaços nos currículos escolares. Além disso, representou um avanço no que se refere às relações étnico-raciais e à diversidade cultural. No entanto, as fronteiras que estabelecem os limites da efetiva implementação dessas normas nos espaços escolares ainda permanecem. O presente trabalho pretende investigar de que forma os jogos podem promover uma incorporação da referida lei nas aulas de História. A partir da construção de um jogo de tabuleiro que aborda a história de vida de personalidades negras do pós-abolição, o objetivo desta pesquisa é avaliar o potencial pedagógico dos jogos como ferramenta de aprendizagem para a incorporação do estudo da história e cultura afro-brasileira nas aulas de História no Ensino Médio. Os instrumentos de geração de dados são o questionário on-line, direcionado a professores de História da cidade do Rio de Janeiro, e entrevista semiestruturada com os estudantes que participarem da aplicação do jogo. A análise dos dados ainda está em processo. As primeiras impressões indicam que os jogos de tabuleiro são ferramentas que auxiliam na implementação da Lei nº 10.639/03 e suas diretrizes, bem como proporcionam abordagens antirracistas no ensino de História. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com elementos da pesquisa-ação. O referencial teórico está pautado nos conceitos de colonialidade do poder, decolonialidade, interculturalidade crítica e jogos como potencial pedagógico.