O panorama escolar vigente até os dias de hoje, caracteriza-se pela ruptura com a história do ensino de literatura que tinha como seguimento um modelo elitista, inclusive em escolas públicas, sobretudo até os anos de 1970. As abordagens de ensino de literatura e seus aspectos ideológicos utilizados até então eram acessível a poucos e eram comprometidos com a disseminação de obras que respondessem às exigências mais imediatas dos interesses econômicos e ideológicos da classe dominante. Na atualidade, as práticas de leitura de textos literários nas escolas ainda não contemplam eficazmente atividades que privilegiam a autonomia leitora, onde os alunos vivenciem como um leitor interage com a forma textual e nela projetem os conhecimentos sobre aspectos da realidade, amparados pelo trabalho que o texto faz com a linguagem. Diante disso, este trabalho tem o objetivo de discutir sobre o processo de escolarização da literatura a partir de práticas de leitura literária abordadas em sala de aula, pois não é através de leituras e análises fragmentadas de textos literários que o aluno se constituirá um leitor proficiente. Para tanto, contará com os pressupostos teóricos dos PCNs (1997), Cosson (2011), Silva (2009), Melo e Magalhães (1988), dentre outros. Este artigo aponta para o fato de que o acesso de todos à literatura precisa ser desenvolvido pela escola de modo diversificado, prazeroso; categorizado de acordo com os gêneros literários, obedecendo às funções e especificidades de cada um, situando os textos no tempo e no espaço através do diálogo com o leitor, produtor de sentidos.