PEIXES REOFÍLICOS DO RIO UATUMÃ: STATUS DE CONSERVAÇÃO APÓS 35 ANOS DA CONSTRUÇÃO DAS UHES BALBINA E PITINGA, AMAZONAS, BRASIL
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A maioria dos peixes reofílicos conhecidos do rio Uatumã provém somente do material coletado durante o inventário dessas UHEs (1986-1989). Isto inclui sete espécies, endêmicas do rio Uatumã, que não são registradas há pelo menos 35 anos. Neste sentido, novos esforços de captura são fundamentais para registrar a presença ou ausência dessas espécies na localidade-tipo e em tributários com hábitats similares que não sofreram impactos. O objetivo principal do trabalho é avaliar o status de conservação dos peixes reofílicos após 35 anos da construção das UHEs Balbina e Pitinga. Até o momento, foram realizadas duas expedições científicas: i) cachoeiras no rio Uatumã, representando as localidades-tipo (local impactado) e ii) cachoeiras do rio Abacate, pequeno afluente do rio Uatumã (local não impactado). Foram capturados um total de 945 exemplares, correspondendo a 247 amostras de tecidos e 170 lotes depositados na Coleção de Peixes do INPA. Apesar do esforço de captura com diferentes apetrechos de coleta nessas localidades (7 dias, incluindo 20 horas de mergulho autônomo), nenhuma das espécies endêmicas foi encontrada novamente. Isso sugere que elas podem ter sido fortemente impactadas pela construção da UHE Balbina. Em maio de 2024, uma dessas espécies foi capturada em uma cachoeira do rio Jatapu, tributário de grande porte do rio Uatumã, local bem preservado e protegido por Terras Indígenas. Portanto, há indícios que o rio Jatapu possa representar um refúgio para os peixes reofílicos da bacia do rio Uatumã. 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