O presente artigo visa tecer algumas considerações sobre o processo de organização do gênero adivinha enquanto unidade textual, estimulando docentes a fazerem uso no ensino de Língua Portuguesa promovendo a aprendizagem dos conteúdos didáticos e culturais, dentre eles a língua materna, resultando assim num importante instrumento da interação, além de colocar-se como um agente facilitador da aprendizagem de diversos conteúdos como no processo de formação das palavras, leitura e interpretação de textos. As adivinhas trabalham com as relações semântico-pragmáticas que são representadas em enunciados enigmáticos que desafiam as pessoas a solucionarem os problemas propostos, sendo necessária a utilização de conhecimentos linguísticos, enciclopédicos e socioculturais. Este artigo parte das perspectivas teóricas de Marcuschi (2002), Dionísio (2000), Koch e Fávero (1987), Menezes (1999), Teixeira (1995), dentre outros. Desse modo, objetivando compreender como se dá a ocorrência do gênero adivinha, nos livros didáticos de Língua Portuguesa do ensino fundamental, realizamos um levantamento em 14 livros didáticos de Língua Portuguesa do ensino fundamental I e II. O levantamento mostrou que apenas dois Livros Didáticos de língua Portuguesa – LDP trouxeram exemplos de adivinhas no capítulo referente ao “Folclore”. Os dados analisados mostram que são praticamente inexistentes as propostas de trabalho com adivinhas nos LDP, apesar de se tratar de um gênero rico voltado para o lado lúdico e folclórico perante aos demais gêneros populares.