DIAS, Daise Lilian Fonseca. A mulher como colônia em a morte do caixeiro viajante. Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/18336>. Acesso em: 21/11/2024 14:32
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a peça americana A morte do caixeiro viajante (1949), de Arthur Miller (1918-2005), sob a perspectiva póscolonial – aliada à feminista -, tomando como base os estudos de Bonnici (2005), Moretti (2003), Datesman (2005), e Boehmer (2005), Gilbert & Gubar (1984; 1996), Showalter (1977), dentre outros. É comum para estudiosos do póscolonialismo e a literatura, analisarem a questão dos problemáticos encontros coloniais em obras da literatura inglesa. Todavia, percebe-se também na literatura americana um padrão repetitivo de representação das relações coloniais que enaltece os Estados Unidos e sua cultura, e que desqualifica os povos de pele escura (sejam eles americanos ou não), assim como suas respectivas culturas e espaços. Esses povos são, em geral, representados de forma preconceituosa e sob algum tipo de controle americano. A peça de Miller colabora com tal postura, ao promover a ideia de apropriação indevida de territórios e bens de espaços “colonizados”, e exalta a figura do explorador americano. Assim, este artigo irá analisar questões tais como: a representação do homem americano, dos Estados Unidos enquanto Metrópole imperialista, de espaços coloniais (África e Alasca). Finalmente, analisará as figuras femininas na obra, o poder opressor do patriarcado sobre elas, retratadas em dois grupos distintos, sendo o de maior destaque para esta discussão aquele cujas mulheres são representadas de maneira análoga àquela das terras exploradas pelo homem branco americano, ou seja, como colônia, fato que ocorre tanto no tratamento que lhes é imposto por ele (a figura do colonizador americano) quanto no comportamento delas em relação a tal conduta.