Em razão das várias restrições atribuídas ao Naturalismo literário por parte da crítica tradicional brasileira, algumas tentativas de dramatização de romances de cunho naturalista, ainda no século XIX, tiveram pouco êxito. Igualmente, trabalhos de dramaturgos que seguiam a nova tendência eram, geralmente, substituídos pelo melodrama burguês e pelo teatro musicado, cujos moldes atendiam às preferências do público. Esta não aceitação por parte da crítica e do público deu à estética naturalista um lugar de margem, caracterizando-a, conforme Iná Camargo Costa (s/d), como uma ideia fora do lugar. Diante disso e com vistas a uma discussão sobre a incompreensão das tendências naturalistas no teatro, proposição levantada por Costa, este trabalho procura fazer um levantamento sobre as tentativas da estética desde a primeira encenação d’O Primo Basílio, em 1878, até a sua influência no teatro moderno, notadamente nas primeiras representações encenadas no Teatro de Arena, em São Paulo.