SILVA, Gabriel Paulo Neves Da. Contratraduções: uma leitura de emancipação. Anais III CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/20568>. Acesso em: 27/12/2024 19:56
Este é um trabalho teórico de cunho filosófico, educacional e estético que visa analisar brevemente os conceitos de emancipação e embrutecimento nas obras O mestre ignorante e O espectador emancipado do pensador contemporâneo Jacques Rancière. O primeiro como sendo a ideia central da obra do autor francês. Para isso, se baseará em três noções que permeiam, sobretudo, a primeira obra, a saber, igualdade das inteligências, experiência estética e linguagem. Além disso, busca compreender a relação entre emancipação e obra de arte. Não só a obra de arte tal como comumente se a concebe – a pintura, a dança, a música, o teatro etc. –, mas a obra de arte que se revela no momento da leitura, isto é, a obra de arte como significação individual, como tradução e contratradução das aventuras intelectuais próprias e de outros. Também se trata de analisar uma proposta de didática que desconstrói os modelos tradicionais do processo de ensino e aprendizagem, pois ao invés de estabelecer o mestre como figura principal desse processo, se foca no aluno. Aí o mestre não mais ensina o que sabe – como é comum no modelo tradicional –, mas o que ignora. Ou seja, a aprendizagem depende agora de que também o aluno reconheça em si a igualdade de sua inteligência com o outro e que a distância entre a ignorância e o saber seja de vez abolida. Além disso, o trabalho também tentará compreender por que a emancipação ocorre só por meio do que acima se denominou obra de arte sem que com isso se leve a um solipsismo ou um niilismo em relação ao conhecimento. Trata-se assim de colocar o conhecimento como algo que já está posto, afinal a verdade já está aí no mundo, mas que, no processo de emancipação, os indivíduos não se prendam aos discursos que falseiem essa verdade e esse conhecimento por meio da palavra.