No processo de enfrentamento à epidemia da Aids no Brasil, diversas ações foram potencializadas nos serviços de saúde frente às necessidades trazidas pelas demandas de DST/Aids, sendo a atenção básica vista estrategicamente como um espaço potente para a implementação de uma política de cuidado e prevenção no contexto da saúde pública. Neste sentido, esse estudo teve como objetivo investigar a abordagem das DST/Aids em Unidades de Saúde da Família (USF) da cidade de João Pessoa-PB. Tratou-se de estudo exploratório-descritivo, no qual participaram 19 USF, tendo sido aplicado um questionário estruturado com 13 questões, incluindo dados sociodemográficos dos profissionais respondentes e o eixo temático “abordagem das DST/Aids”. Os dados foram analisados através de estatística descritiva a partir do banco de dados construído no Software SPSS for Windows versão 15. Verificou-se que a maioria das USF (N=11) realizam o atendimento aos usuários a partir de uma abordagem sindrômica; e convocam o(a) parceiro(a) de paciente que possua uma DST (N=9). Sobre o tratamento, a maioria das USF não o realiza, encaminhando os usuários para serviços de referência, tanto em relação ao tratamento do HIV/Aids (N=16), da sífilis (N=13) e das hepatites B e C (N=12). Quanto ao treinamento para a abordagem sindrômica e para o aconselhamento pré e pós-teste de HIV, a maioria dos profissionais das equipes das USF não possuíam. Assim, aponta-se para a baixa resolutividade desses serviços no que se refere às DST/Aids e, portanto, a necessidade de capacitações e discussões com os profissionais de saúde da atenção básica, efetivando a proposta política de descentralização do cuidado desses agravos.