A Leishmaniose visceral é tida como uma doença negligenciada e que se encontra entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo, afetando em especial as populações que vivem em situações de pobreza e vulnerabilidade social. O presente trabalho tem como objetivo realizar o levantamento dos casos de Leishmaniose visceral notificados na Paraíba, Brasil, entre os períodos de 2010 e 2015. Trata-se de um estudo ecológico do tipo exploratório descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados epidemiológicos foram obtidos na base de dados do SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS, agregados por município. Além disso, os dados foram tabulados e submetidos a análise descritiva por meio do programa Microsoft Office Excel 2013. Os dados revelaram que o número de homens notificados com Leishmaniose visceral é maior do que entre as mulheres em todos, chegando a ser quase 4 vezes maior em 2012. A faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos (14,7 em média ao ano), no entanto pode-se verificar um aumento na prevalência em criança de 1 a 4 entre os anos de 2012 e 2015. A maior média de escolaridade foi entre aquelas pessoas que haviam estudado da 1ª a 4ª série incompleta do ensino fundamental (5,1 em média por ano). Entre os anos de 2012 e 2014 o número de pessoas da zona urbana notificadas com Leishmaniose visceral dobrou de 20 para 40 casos. A média de cura foi de 27,2 casos por ano, no entanto verifica-se que 30 pessoas evoluíram para o óbito. Diante dos dados, observa-se a necessidade de ações educativas com a população e a capacitação dos profissionais de saúde quanto a importância de realizar a investigação completa dos dados para que haja um planejamento adequado das ações.