O câncer é um importante problema de saúde pública. Embora raro, em números absolutos, comparado às incidências em adultos, o câncer infantil vem apresentando aumento nas taxas de incidência. Os tumores pediátricos são caracterizados por menores períodos de latência e em geral crescem rapidamente e são mais invasivos, porém respondem melhor ao tratamento e são considerados de bom prognóstico. O farmacêutico deve ser o principal responsável envolvido no combate ao uso irracional de medicamentos, contribuindo significativamente para a melhoria da farmacoterapia. Os antimicrobianos são prescritos em regimes combinados, ou seja, são associados agentes com diferentes modos de ação, além de muitas vezes, serem administrados de modo simultâneo com medicamentos de ação em vários sistemas orgânicos, todavia a administração concomitante de agentes com potencial interativo pode desencadear problemas relativos a interações, especialmente em pacientes expostos a polifarmácia. Os pacientes oncológicos pediátricos, em grande parte, utilizam vários medicamentos, assim, o estudo tem como principal objetivo identificar as possíveis interações medicamentosas relacionadas ao uso de antimicrobianos. Trata-se de um estudo transversal, com coleta retrospectiva de dados, que está sendo desenvolvido desde novembro de 2016, com pacientes internos na Oncopediatria, do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande. Durante o período de novembro de 2016, até o presente momento, foram analisadas 20 prescrições. A maioria dos internos apresentou tratamento poli medicamentoso, com uma média de 8 medicamentos por prescrição. Em relação às interações medicamentosas foram encontradas 45 ocorrências, onde 28,9% foram interações medicamentosas relacionadas ao uso de antimicrobianos. As formas farmacêuticas mais empregadas na Oncologia pediátrica foram as soluções e pós para injetáveis, todas pela via endovenosa. O presente estudo tem colaborado de forma significativa para o conhecimento das interações entre os medicamentos na oncologia pediátrica, mostrando que esta prática é importante para planejar as ações de melhoria e, assim, garantir a segurança do paciente.