A escola participa da subjetiva??o dos indiv?duos, difundindo normas sociais e padr?es de conduta, de modo a se constituir como um lugar historicamente marcado pela disciplinariza??o dos corpos-sujeitos. O que acontece muito frequentemente nas escolas ? que esse par?metro de normalidade, o da heterossexualidade, produz pr?ticas pedag?gicas que refor?am as desigualdades de g?nero, a patologiza??o e o preconceito para com as identidades ou express?es dissidentes, na medida em que se baseiam em valores morais, religiosos e aos saberes biom?dicos presentes no imagin?rio e na condu??o das vidas das pessoas que integram a comunidade escolar, e que a sustenta??o da norma da heterossexualidade se d? tamb?m pelas vias de captura dos sujeitos que fogem ? norma, e s?o marginalizados. Ressignificar essas formas de ver e compreender esses corpos-sujeitos compreende pautar a sexualidade em uma perspectiva ?tico-pol?tica pela qual se possa respeitar a autonomia e garantir o respeito aos direitos humanos dos indiv?duos na constru??o dos seus corpos e no exerc?cio da sua sexualidade. O que requer uma transforma??o desse espa?o, abrindo-se ? diversidade dos sujeitos e suas viv?ncias, desconstruindo padr?es de normalidade e desnaturalizando pr?ticas de viol?ncia. As a??es que comp?em esse relato de experi?ncia foram desenvolvidas no Instituto Federal do Paran? ? Campus Irati. Buscamos, com as interven??es realizadas, promover o reconhecimento, por parte das(os) estudantes, das rela??es de poder que comparecem nas rela??es de g?nero e de como essas ?ltimas participam da sua constitui??o enquanto indiv?duos, mobilizando reflex?es sobre a urg?ncia de se produzir pr?ticas de enfrentamento ? viol?ncia que se manifesta em discursos de ?dio, fobias de g?nero e crimes contra a vida. Em todas essas a??es, as(os) estudantes trouxeram ? tona discursos e viv?ncias marcadas pela heteronormatividade, que revelam a realidade de uma sociedade que ainda carece de pr?ticas de respeito e garantia dos direitos humanos. Ao mesmo tempo, percebemos a inclina??o da maior parte das/dos adolescentes em, nas suas pr?prias vidas e rela??es, quebrar tabus e preconceitos e reconstruir padr?es de sociabilidade estabelecidos.