O ensino de Língua Portuguesa na Educação de Jovens e Adultos requer atenção e cuidados
particulares, no tocante aos processos de leitura e escrita, enquanto práticas sociais que promovam a
inserção não marginalizada desse estudante nos múltiplos contextos da sociedade contemporânea, o que
vai estabelecer um reconhecimento de si e do outro enquanto sujeitos de uma interação social. Partindo
dessa premissa, defende-se que a EJA seja concebida para além de estereótipos que a ela foram
atribuídos ao longo de sua história, como a subordinação do processo pedagógico às limitações dos
alunos, conforme Klein (2003), e o equívoco do “assujeitamento” de temáticas às realidades desses
estudantes, o que configura trabalhos de interpretação e discussão de temas do senso comum. Pensando
diferentemente dessas concepções equivocadas e acreditando que só através da educação é que se
constrói uma sociedade digna de todos, é que desenvolveu-se uma prática pedagógica de leitura e
produção textual com o objetivo de promover a construção do leitor crítico mediante à discussão
e à apropriação de contextos sociais, na estruturação de textos dissertativos-argumentativos na
variação formal da língua para um letramento escolar que vai ao encontro do social, em um constante
processo de interação e reflexão sócio-cultural, o que ressignifica os papéis históricos desses sujeitos.