O presente trabalho analisa o envelhecer feminino na contemporaneidade. A velhice tem sua história e, esta é (e foi) constituída em cada época e em cada cultura de forma diferente. Este trabalho reúne narrativas de idosas participantes de um programa de Universidade Aberta à Terceira Idade ( Campus de Assis/SP), sobre seus corpos envelhecidos e usa como pressupostos teóricos autores da psicologia, antropologia e ciências sociais, reunindo diferentes campos de saber que nos permitem refletir sobre o que está em cena: o corpo envelhecido, composto pelo desejo, pelo sofrimento, por renúncias. Corpo que abriga e compõe junto com sua realidade social e cultural uma subjetividade em constante desenvolvimento. A estética tem grande valorização em nossa sociedade, preconizando e definindo o humano a beleza dos corpos, a capacidade produtiva, a força, a independência e ao poder aquisitivo. A velhice – e as diferentes faces do envelhecer, nesse contexto – passam a significar uma resistência frente a uma sociedade individualista, narcísica, que exige que a idosa seja principalmente bela e jovem. Nesse cenário, há que se refletir e tecer uma análise crítica sobre as vivências do envelhecimento feminino, seus efeitos na subjetividade no contemporâneo. Para fornecer uma estrutura clara e objetiva ao leitor, organizamos as narrativas colhidas em Oficinas terapêuticas em temáticas e, em seguida, trouxemos nossa análise e as referenciamos.