O hemangioma é um tumor benigno, de origem vascular, constituído de um espaço contendo sangue revestido por uma capa de endotélio. Aparece geralmente na infância, podendo perdurar por toda a vida, ou ainda em casos raros, regridem ainda nessa época da vida. Entretanto, alguns casos se desenvolvem em adultos. No presente trabalho faremos uma revisão da literatura a respeito do hemangioma, bem como descreveremos um caso clínico de um paciente do sexo masculino que compareceu à clínica de Estomatologia, portador dessa patologia, localizada na língua, cujo tratamento de escolha foi a injeção de agentes esclerosantes. O hemangioma é um tumor benigno comum, caracterizado pela proliferação de vasos sanguíneos. É classificado como hamartoma e usualmente aparece como anomalia congênita. Também pode decorrer de traumas, com tendência a ser assintomático. Por ser uma anomalia de desenvolvimento, é mais comum no nascimento e na infância. No entanto, pode ocorrer em qualquer idade. A involução espontânea das lesões congênitas de pequenas dimensões geralmente se dá até a idade de 12 anos. Quando isto não acontece, alguns tratamentos podem ser indicados caso a lesão esteja prejudicando o paciente de alguma forma, seja por razões estéticas, seja por comprometimento funcional. Essa lesão exibe maior prevalência na região de cabeça e pescoço e predileção pelo sexo feminino, apresentando-se sob várias formas, entre as quais se destacam o hemangioma capilar (tipo mais comum) e o cavernoso, não havendo diferenças clínicas significativas entre essas formas. A maioria dos hemangiomas constatados ocorre em tecidos moles, como a mucosa, pele e músculos. São provavelmente algumas das lesões mais perigosas com que se defronta o cirurgião dentista, pois a ruptura acidental ou cirúrgica da lesão pode acarretar hemorragias. O hemangioma constitui problema ao paciente, pois na sua maioria prejudica a estética e em alguns casos a função do órgão também é comprometida. O tratamento pode ser cirúrgico ou pode ser feito com a injeção de agentes esclerosantes. O tratamento esclerosante consiste em injetar agentes esclerosantes como o etanol a 95%, aplicado diretamente na lesão, com a intenção de induzir fibrose. O tratamento cirúrgico geralmente deixa cicatrizes, além de que existe o risco de provocar hemorragia. Nas lesões maiores, a ressecção cirúrgica pode ser feita com diminuição no risco de sangramento, caso esse tratamento seja combinado com o tratamento esclerosante. Cabe ao profissional decidir qual a melhor conduta a ser seguida, respeitando o paciente como um todo e tendo em mente sempre as melhores indicações para cada caso. O caso apresentado apresenta várias características clássicas desta má-formação, como a localização e o aspecto clínico e a excelente resposta à terapêutica esclerosante. Com relação ao sexo do paciente, porém, o caso difere da literatura, que apresenta maior prevalência no sexo feminino. As terapias para as lesões vasculares são múltiplas e requerem ainda muitas discussões e estudos. Não há um tratamento universalmente aceito, mas sim aquele indicado para cada caso, respeitando a integridade e as características individuais de cada paciente. O paciente ao final do tratamento apresentou o regresso da lesão e fibrose na região.