Os processos patológicos como a cárie dentária, quando não tratada em tempo hábil, evoluem, produzindo alterações pulpares nos dentes decíduos, como necrose e abscessos. A terapia pulpar pode manter estes dentes no arco, o que é de grande importância para o desenvolvimento de uma oclusão normal. A pulpotomia é muito utilizada em odontopediatria por ser uma técnica conservadora, de fácil execução, curta duração e possuir alto índice de sucesso. Muitos agentes farmacoterapêuticos têm sido empregados como medicamentos de contato para este procedimento em dentes decíduos, dentre eles podemos citar o Formocresol, Hidróxido de Cálcio, Pasta Guedes-Pinto e CTZ. Em dentes decíduos necrosados ou com abscesso, a pulpotomia pode ser associada ao uso do CTZ, que consiste em uma associação de tetraciclina, cloranfenicol e óxido de zinco e eugenol, que proporciona ótima ação antibiótica. O paciente B.H.M.G., 8 anos, gênero masculino, compareceu à clinica de Odontopediatria da Universidade Estadual da Paraíba com processo carioso bastante avançado e presença de abscesso no elemento 54. O tratamento indicado foi a pulpotomia com pasta CTZ. Na primeira sessão procedeu-se à extirpação da polpa coronária, e logo em seguida realizou-se a localização dos condutos radiculares. Após, foi feito a irrigação com hipoclorito de sódio, secagem e inserção da pasta CTZ, condensando o material na entrada dos condutos radiculares. Por fim, foi feito o selamento cavitário, e em sessão subsequente, a restauração definitiva do elemento. O caso foi proservado, e após seis meses, observou-se a regressão total do abscesso, o que comprova o sucesso do procedimento clínico realizado, e que a técnica de pulpotomia com CTZ consiste em uma boa alternativa para o tratamento de polpas necrosadas em dentes decíduos, mantendo esses dentes no arco até o momento correto de sua exfoliação.