A leishmaniose visceral causa em torno de 59.000 óbitos anualmente, fazendo parte de um grupo de doenças de grande preocupação para a saúde pública em mais ou menos 88 países, sendo considerada uma das seis endemias de maior prioridade em nível de mundial. O objetivo deste estudo foi identificar padrões espaciais da distribuição da leishmaniose visceral no estado do Tocantins-Brasil, entre os anos de 2008 e 2011. Este trabalho faz parte da dissertação de mestrado pela Universidade de Taubaté – UNITAU. A metodologia utilizada foi um estudo ecológico e exploratório, utilizando as ferramentas de análise espacial para elaborar mapas temáticos, construídos pelo software TerraView 4.0, a partir de dados obtidos no Sinan-Net, IBGE, SIASUS e SIHSUS. Obteve-se os valores de Moran global, Moran local – LISA, MoranMap e a estimativa de densidade de Kernel. Dentre os casos notificados por local de residência, de 2008 a 2011, observou-se que a taxa variou entre 0 e 53,78 por 100.000 habitantes, sendo a microrregião de Araguaína a mais atingida, situada ao Norte do estado. Porém, o município com maior taxa foi o município de Juarina (53,78/100.000 hab), pertencente à microrregião Miracema do Tocantins e a menor incidência foi observada na microrregião de Gurupi, situada ao sul do estado. O índice de Moran global foi de 0,20 e o nível de significância do p-valor foi de 0,01, o que indicou similaridade entre municípios. O Moran local – LISA indicou a microrregião de Araguaína ao Norte do estado como sendo de maiores taxas e inversamente proporcional a microrregião de Gurupi, ao sul do Tocantins, com menores taxas de leishmaniose visceral. No MoranMap, foi encontrado a autocorrelação local com significância diferente, indicando municípios com maior necessidade de medidas interventivas. No mapa de Kernel obteve-se a densidade da leishmaniose visceral, onde os locais de maiores taxas foram as microrregiões do Bico do Papagaio e Araguaína. Concluiu-se que as microrregiões com maior necessidade de intervenções foram as de Araguaína e Bico do Papagaio, onde se identificou maior densidade de casos notificados por local de residência, assim como os municípios vizinhos ao município de Juarina, pertencentes à microrregião de Miracema do Tocantins.