INTRODUÇÃO: Com as diversas mudanças ocorridas na sociedade, a construção social da imagem da enfermagem e da enfermeira, sofreram modificações no tocante às concepções de gênero, que proporcionaram a formação de alguns estereótipos à profissão. A análise destes e das representações históricas em relação à enfermeira apresentaram as diversas visões que contrapõem o caráter da profissional e conseqüentemente da profissão, propiciando assim uma visão distorcida da sua complexidade e capacidade e do real propósito da profissão. OBJETIVO: Apresentar o perfil histórico da enfermeira, as diversas visões, estereótipos e preconceitos que circundam essa profissional de saúde ao longo dos tempos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão de literatura de abordagem qualitativa, de natureza exploratória descritiva. O levantamento bibliográfico baseou-se em publicações, no período de Novembro de 2012 a Fevereiro de 2013, indexadas nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): MEDLINE, LILACS e SciELO, com as palavras-chaves: “enfermagem, história da enfermagem, identidade de gênero”, os critérios de inclusão e exclusão: trabalhos com abordagem da temática, ou seja, artigos que evidenciassem a construção histórica da enfermagem, a visão da enfermeira e as discussões de gênero; artigos na íntegra; artigos que fossem publicados em português e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos dez anos (2004 a 2013). RESULTADOS: É através da história da enfermagem que podemos identificar estigmas e preconceitos que são reforçados e que ainda carrega a fragilidade e a distorção da profissional sendo considerada, uma profissão desvalorizada. A figura da enfermeira é identificada com deturpações e muitas vezes, com desvalorização social, devido à ideia de que a profissão tem baixa remuneração e é subalterna a outras, especialmente à medicina, que se constitui expressivamente por homens. A relação de gênero dentro das profissões apresenta à enfermagem grande diferença entre as outras diante da sociedade, pois é apontada como reprodução desigual do pensar e do agir, devido sua história na qual a profissão exercida predominantemente por mulheres, passa a ser vista como uma formação dualista: de um lado por leigas, subordináveis e prostitutas, já por outro as senhoras religiosas de caridade e bondosas. A imagem da enfermeira modifica-se de acordo com as mudanças da própria história da enfermagem, surgida pela necessidade do cuidado, de proporcionar proteção aos doentes e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos. Devido à construção de tais aspectos, estes perpassam os tempos e refletem até os dias de hoje quanto à visualização e (des) valorização da profissão. CONCLUSÃO: A construção da imagem da Enfermagem como profissão foi efetivada a partir de estigmas e estereótipos, onde tal profissão era vista sendo exercida unicamente por mulheres, e que visões preconceituosas dificultaram a progressão desta pratica profissional. Considerando que a enfermagem foi afetada por tais aspectos, cabe aos que fazem e trabalham com a enfermagem nos dias atuais, mostrar a sociedade a enfermagem baseada em uma conformação profissional determinada, como as outras demais, em que é exercida por pessoas que independem das diferenças de sexo, gênero e sexualidade.