INTRODUÇÃO: Avanços na terapia supressora foram bastante significativos nas últimas décadas relacionadas a diminuição da incidência de rejeição aguda e aumento da sobrevida de pacientes e enxertos, porém, a perda crônica dos enxertos decorrentes da Doença crônica do enxerto renal (DCE) foi pouco afetada por tais avanços ¹. Os achados histológicos estão presentes na maioria dos enxertos poucos anos após o transplante e atingem praticamente a totalidade deles após dez anos.² A biópsia do enxerto renal tem papel crucial no manejo da DCE. Apesar de suas diversas limitações, a avaliação histológica, até o presente momento, é a única capaz de demonstrar diferentes situações as quais o manejo e cuidados podem ser importantes na DCE³, no entanto, o transplante renal exige que a equipe de enfermagem preste uma assistência específica, com qualidade e domínio técnico-científico, para embasar a sua atuação4 e por isso, é necessário caracterizar os pacientes e sistematizar as suas ações além de planejar os cuidados prestados aos pacientes submetidos ao transplante renal. OBJETIVO: caracterizar os transplantados renais submetidos à biópsia percutânea do enxerto e descrever os principais cuidados de enfermagem após o procedimento. METODOLOGIA: trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com dados coletados em fevereiro de 2013 após consentimento do Comitê de Ética sob o CAAE: 0008.0.294.000-10, do livro de registro das biópsias realizadas entre janeiro a junho de 2012, no setor de ultrassonografia do Hospital Universitário Onofre Lopes em Natal/RN. RESULTADOS: no período estudado foram realizadas 34 biópsias de enxertos, consideradas pela literatura como “padrão ouro” para o diagnóstico e tratamento das doenças glomerulares, pois, possibilitam a análise histológica detalhada do tecido renal. Os pacientes eram em sua maioria do sexo feminino (53%), com idade entre 18 a 59 anos, 74% receberam órgão de doador falecido e evoluíram com quadro de necrose tubular aguda (52%). Os principais cuidados adotados em pacientes submetidos à biópsia do enxerto conforme protocolo institucional foram: observação e avaliação do paciente nas primeiras 24 horas, com ênfase nas primeiras 6 a 8 horas, período em que ocorrem 77% das complicações mais sérias. Outro cuidado importante é a monitoração rigorosa dos sinais vitais, devido risco potencial de hemorragia interna. Como também, do débito e aspecto da diurese; dos níveis de hematócrito e hemoglobina, que devem ser seriados; observação do local de punção quanto a sinais de sangramento e formação de hematoma ou abaulamento, e ainda avaliar a presença e o nível de dor. CONCLUSÃO: os cuidados após biópsia percutânea do enxerto renal visam proporcionar maior segurança aos pacientes e profissionais, possibilitando a detecção e intervenção precoces frente às complicações relacionadas ao procedimento.