Introdução: A insuficiência renal crônica (IRC) é uma doença sistêmica e consiste na via final comum de diferentes doenças do rim e do trato urinário. A nefropatia diabética, hipertensão e glomerulonefrite primária são as causas mais comuns da insuficiência renal terminal. As doenças renais crônicas atingem mais de 500 milhões de pessoas em todo o globo. No Brasil, são cerca de 2 milhões de doentes, dos quais, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2012, cerca de 97.586 mil estavam em diálise, sendo que a maioria destes 63,6% compreendem indivíduos na faixa etária entre 19 a 64 anos. Sob a perspectiva da assistência embasada na Clínica Ampliada, é necessário que a enfermagem prime por uma assistência que ultrapasse o cuidado centrado na doença ou em suas manifestações, sendo imprescindível o cuidado alicerçado no sujeito e em suas necessidades de saúde. Objetivo: Apresentar as experiências e as atividades vividas por acadêmicos de enfermagem em uma clínica de hemodiálise na cidade de Cajazeiras-PB. Metodologia: Relato de experiência de estágio curricular supervisionado II, realizado em um Centro de Hemodiálise na cidade de Cajazeiras-PB, no período de fevereiro de 2014. Utilizou-se das seguintes técnicas de coleta de dados: diário de estágio e observação estruturada. Resultados: No cotidiano dos profissionais que trabalham na clínica é imprescindível a execução correta das técnicas e a monitoração precisa dos usuários com vista a zelar pela vida destes, e isso é sabido que os profissionais da clínica exercem muito bem. Entretanto, quando os profissionais de saúde têm a responsabilidade de prestar atendimento de alta complexidade, a preocupação em zelar pela vida do sujeito é tanta que os mesmos acabam direcionando o foco para a terapia: as possíveis complicações, a dieta que devem seguir em casa, problemas psicológicos relacionados à rotina, algumas intercorrências nas máquinas de hemodiálise, dentre outras relacionadas à terapia ou a IRC em si. É muito importante que esse cuidado seja efetivado, porém o que pôde ser percebido é que devido às necessidades decorrentes da terapia, outras necessidades que não estão diretamente relacionadas a ela acabam não sendo percebidas, nem mesmo investigadas pelo profissional de enfermagem, o que faz crer que o foco não está no sujeito como um todo, mas sim na doença. Conclusão: Torna-se necessário reformular a assistência, para que a mesma deixe de ser baseada exclusivamente no modelo curativista, pautando-se em uma visão clinica ampliada, focalizando o sujeito e a realidade que o cerca, para identificar necessidades de saúde que possibilitem intervenções cada vez mais resolutivas, tendo sempre em vista a melhoria da qualidade de vida dos portadores de IRC.