Introdução: Entre os processos de trabalho da Enfermagem se destacam gerenciar e cuidar, os dois quando articulados fazem surgir a gerência do cuidado, ou seja, a articulação entre o saber-fazer cuidar e o saber-fazer gerenciar. Nas instituições de saúde o que se observa é a fragmentação do serviço por parte dos profissionais de enfermagem o que dificulta essa articulação. O enfermeiro que está na administração tende a valorizar essa prática, já o enfermeiro que está no cuidado tende a menosprezar a atividade do gerenciamento, atribuindo-lhe um cunho burocrático. Objetivo: Identificar possibilidades para novas práticas do trabalho na perspectiva da gerência do cuidado. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa realizado no período de outubro a novembro de 2012, em um hospital público de nível terciário da cidade de Fortaleza-CE. A coleta de dados foi feita através de entrevista semiestruturada, a técnica utilizada para a interpretação dos dados foi a análise de conteúdo de Bardin. A pesquisa obedeceu aos princípios emanados no texto das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição de saúde, investigada sob o parecer Nº 100.374. Resultados: As enfermeiras levantaram algumas propostas para melhorar a gerência do cuidado: Uma delas mencionou a implantação do Fugulin, um Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) muito utilizado para direcionar os cuidados de Enfermagem de acordo com as necessidades do paciente, possibilitando que o enfermeiro, em suas atividades de gerenciamento, avalie e adéque o volume de trabalho requerido com o pessoal de enfermagem disponível. Outra relatou o investimento no POP (Procedimento Operacional Padrão), manuais utilizados para padronizar os procedimentos técnicos de enfermagem. Relataram a importância de haver cursos voltados para a área do gerenciamento. Ademais, expuseram a necessidade das próprias instituições de saúde ao nomearem enfermeiros para o cargo de gerente, de desenvolver o preparo dos mesmos para ocupar tal posto, por meio da educação permanente. Outra enfermeira relatou que dinâmicas envolvendo relações interpessoais são de extrema importância para que a gerência do cuidado seja efetivada, pois quando a equipe interage, o cuidado flui de forma harmoniosa, efetivando assim as ações de cuidado ao paciente. Dessa forma, os POP’s, o Fugulin, cursos capacitantes para gerenciamento, educação permanente, e dinâmicas interpessoais, subsidiam o cuidado, sendo identificados como ferramentas gerenciais que viabilizam o cuidado. Conclusão: É necessário que abram precedentes para que surjam novos estudos que discutam a temática da gerência do cuidado, principalmente na aglutinação de tecnologias relacionais, pois a articulação entre as atividades gerenciais e de cuidado, será de fundamental importância na inovação e renovação do processo de trabalho do enfermeiro, uma vez que esta relação ainda se encontra de forma dicotômica na prática da Enfermagem, sendo necessária, portanto, uma relação dialética entre essas duas vertentes.