Introdução: O crescimento da frota de motocicleta no Brasil, veículo que vem destacando-se dos demais por seu uso como meio de transporte e no mercado de trabalho, colabora para a alta incidência de acidentes que envolvem esse tipo de veículo. As vítimas de acidentes de motocicleta assumem o primeiro lugar entre as vítimas de acidente de trânsito com veículos a motor, devido à maior vulnerabilidade e exposição do usuário nas vias públicas, constituindo-se nas principais vítimas fatais, o que representa mais de 50% das mortes no trânsito Objetivo: caracterizar as vítimas de trauma por acidentes de motocicletas atendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recife-PE e identificar as características relacionados aos acidentes. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa. Foi realizado a partir das fichas de registro de notificação e do Sistema de Informação sobre Acidente de Transporte Terrestre da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. A população foi constituída pelas fichas de registro de notificação de acidente de transporte terrestre que aconteceram de agosto de 2013 a fevereiro de 2014 e dentro deste universo, a amostra foi composta pelas vítimas de acidentes de motocicleta atendidas na unidade. Os dados foram coletados nos meses de fevereiro e março de 2014. Resultados: Foram registrados 1539 atendimentos a vítimas de acidente de motocicleta no período pesquisado. Quanto às características dessas vítimas, observou-se que 83,8% eram do sexo masculino e 16,2% do sexo feminino, a faixa etária de 20-39 anos foi a mais prevalente (69,8%), seguidas da faixa etária de 40-59 anos (15%) e 10-19 anos (13,8%). Em relação à natureza do acidente, o tipo do acidente predominante foi a colisão/abalroamento com 50,6% e a queda do veículo em 30,3%. Quanto aos fatores relacionados ao acidente, em 24,4 não tinha carteira de habilitação, 15,9% estavam em alta velocidade, 15,2% estavam sem capacete, e 10,3% destas estavam sob o efeito do álcool. Houve predominância de acidentes nos finais de semana, aos sábados e domingos com 17,4% e 17,2%, respectivamente. Em 40,7% o acidente estava relacionado com o trabalho, em que 29,4% estavam indo/voltando do trabalho e 11,3% ocorreram durante o trabalho. Contatou-se que o mês de agosto foi o mais prevalente (16,1%). Verificou-se que 94,7% receberam alta após atendimento e 1,8% foram transferidos. Conclusão: Assim, percebe-se que os acidentes com motociclistas constituem um problema de saúde pública, pois acometem um número expressivo de indivíduos jovens, do sexo masculino. Dessa forma, estas características são capazes de expressar a dimensão do problema e poderão subsidiar o delineamento de medidas que possam contribuir para a redução de morbimortalidade por acidentes de motocicleta.