Introdução: A educação popular em saúde é uma ferramenta inovadora para os serviços de saúde, que contribui para a reorientação das práticas, possibilitando a construção e planejamento de intervenções de forma dialógica, participativa e reflexiva, ao mesmo tempo em que busca garantir a promoção da saúde com vistas à integralidade da assistência. Assim sendo, efetiva-se através do uso de estratégias educacionais que favoreçam a participação popular. Nesse sentido, a disciplina Estágio Curricular Supervisionado II do curso de enfermagem do CAMEAM/UERN é estruturada a partir dessa lógica, e operacionalizada por meio de intervenções nos diversos serviços que compõe a rede assistencial de saúde de Pau dos Ferros-RN. Objetivo: Relatar uma experiência de Educação Popular em Saúde desenvolvida pelos acadêmicos do Curso de Enfermagem do CAMEAM/UERN, em uma sala de espera abordando a temática “O CeD como estratégia de promoção à saúde. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo e abordagem qualitativa, cuja experiência de educação popular em saúde se deu a partir do modelo teórico do Arco de Maguerez (este se constitui em cinco etapas: observação da realidade e definição do problema, pontos-chave, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade), efetivada em janeiro de 2013, na UBS João XXIII do município de Pau dos Ferros-RN. Como embasamento para o planejamento da intervenção utilizou-se os seguintes autores: Mizukami (1986), Paulo Freire (1996), Albuquerque & Stotz (2004), Vasconcelos et al (2006), Nora et al (2009), Rodrigues et al (2009), Alves & Aert (2011), Gomes & Merhy (2011) entre outros. A intervenção foi realizada usando-se a “Dinâmica dos envelopes”, na qual perguntas disparadoras conduziam o diálogo entre usuárias e acadêmicos, os quais utilizavam ainda como recurso didático uma produção técnica do tipo banner. Ao final foi realizado uma avaliação da implementação com as usuárias e profissionais do serviço presentes, por meio de um questionário sem identificação. Resultados: observou-se que durante a intervenção houve uma efetiva participação das usuárias em decorrência do estímulo constante por parte dos acadêmicos em colocar em evidência as suas falas; permitindo classificar a ação como problematizadora e dialógica com vistas à clarificação e construção do conhecimento em saúde coletiva. Do que se pode abstrair o quão importante é a realização dessas ações que vão ao encontro das necessidades da população, e sinalizam à reorientação das práticas do próprio serviço. Assim a educação popular em saúde surge como um poderoso instrumento de intervenção em saúde coletiva, promovendo a autonomia e direcionando as ações dos sujeitos. Conclusão: Portanto, a ação se desenvolveu de forma positiva na sala de espera, sendo indicada para qualquer UBS do município, bem como outros espaços comunitários, pois facilita o manejo de informações, a aproximação do serviço com a comunidade gerando um maior incentivo na busca de informação, bem como conseguindo uma maior adesão dos usuários às orientações voltadas à melhoria da qualidade de vida.