LUSTOSA, Luma Soares et al.. O uso de medicação anti-hipertensiva na gestação. Anais CONACIS... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/5384>. Acesso em: 24/11/2024 22:55
Introdução: Ao longo de décadas, a terapêutica medicamentosa durante a gravidez tem sido objeto de numerosas publicações que forneceram dados que possibilitam estimar a relação benefício/risco de farmacoterapia para a gestante e para o feto. O período gestacional com suas peculiaridades biológicas torna a mulher e seu concepto mais vulnerável a riscos, principalmente aqueles relacionados com o consumo de medicamentos. O uso de medicamentos durante a gestação sempre representou um desafio para a classe médica, uma vez que implica ação potencialmente danosa não apenas para mulher, mas também para o concepto. A maioria dos fármacos administrados a mulheres grávidas atravessa a barreira placentária e expõe o embrião em desenvolvimento a seus efeitos farmacológicos. Os efeitos sobre o feto dependem do fármaco, da paciente, da época de exposição, da frequência e da dose total, redundando potencialmente em teratogenia ou com consequências farmacológicas e toxicológicas diversas. Os reais benefícios do tratamento de hipertensão na gravidez persistem por ser esclarecidos. Sabe-se que o tratamento anti-hipertensivo nas pacientes não gestantes é de fundamental importância para o prognóstico da paciente. Entretanto, nas gestantes existe a necessidade de avaliar o resultado desse tratamento também sobre o concepto. Objetivo: Detectar os principais medicamentos utilizados durante a gravidez em gestantes hipertensas. Metodologia: O estudo foi do tipo descritivo transversal, sendo coletadas todas as informações da gestante em um único encontro. Participaram da pesquisa 194 gestantes hipertensas que faziam pré-natal no ambulatório do Instituto Cândida Vargas, em João Pessoa- Paraíba. Elas possuíam idade média de 29,7 anos (Mediana = 29,0; DP=6,7), e variabilidade também de 18 a 46 anos. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética e pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba sob o protocolo 4605.0.000.349-10. Resultados e Discussões: Foi observada uma associação estatisticamente significativa entre ser hipertensa na atualidade e possuir pressão alta antes da gestação (p<0,001) em todos os trimestres gestacionais. Isto é, observou-se que as gestantes hipertensas possuíam pressão alta antes da gestação. Quando comparadas com gestantes normotensas, as grávidas hipertensas crônicas têm um desempenho gestacional desfavorável. O ideal é que a paciente com hipertensão crônica grave venha sendo acompanhada antes da gestação, para se determinar o adequado controle dos níveis pressóricos. O tratamento da hipertensão arterial sistêmica na gestação prioriza a sobrevida fetal e materna, manutenção de peso fetal adequado ao nascimento, baixa incidência de complicações e prevenção de eclâmpsia. Dentre as gestantes hipertensas, 90,2% usam medicação para hipertensão. Destas, 99% usam metildopa, ao passo que somente 1% das gestantes usa outros medicamentos. Acredita-se que &#945;-metildopa seja a droga anti-hipertensiva mais segura, eficaz e de primeira linha para tratamento da hipertensão na gravidez, principalmente por ser o anti-hipertensivo mais utilizado e estudado. Conclusão: O tratamento para as gestantes hipertensas deve ser utilizado de forma cuidadosa, buscando melhorar o prognóstico fetal. Isso ressalta a necessidade urgente de ensaios clínicos randomizados para determinar se o tratamento anti-hipertensivo na gravidez apresenta mais benefícios que riscos para as mães e seus fetos, em todas as formas clínicas dessa doença.Palavras-chave: Gravidez, Hipertensão, Medicamentos.