INTRODUÇÃO: Apesar dos progressos da medicina, como o surgimento das técnicas de remoção cirúrgica dos tumores, a descoberta da radioterapia e da quimioterapia como procedimentos efetivos no combate ao câncer, o aparecimento desta doença, assim como a submissão aos tratamentos ainda são acompanhados de sofrimentos tanto para o paciente quanto para sua família. Frente a esta realidade, surge no século XXI a Psico-Oncologia, configurando-se como uma ferramenta de fundamental importância no que refere-se ao acompanhamento psicológico do paciente com câncer, sua família e à equipe que o assiste. OBJETIVO: A presente pesquisa tem por objetivo apresentar o estado da arte acerca dos estudos brasileiros que tratam da Psico-Oncologia, destacando-se a importância do psicólogo na terapêutica oferecida a pacientes com câncer e seus familiares. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, realizada a partir de uma revisão integrativa da literatura nas principais bases de dados, a saber: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde, Scientific Electronic Library Online (SciELO), Periódicos Eletrônicos de Psicologia, e o Portal da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e IndexPsi. Utilizou-se como descritores os termos “Psicologia Hospitalar AND Oncologia” e “Psico-Oncologia AND Câncer”. Para tanto, foram considerados os seguintes critérios de refinamento: artigos publicados em português, exclusão de textos coincidentes, que não disponibilizassem o conteúdo completo e que não fizessem referência direta ao tema. Foram encontrados 28 artigos, não obstante, apenas 11 atenderam aos critérios de inclusão. O tratamento dos dados foi realizado por meio da análise qualitativa dos artigos selecionados, confrontando-os de modo a extrair as convergências, divergências e novas perspectivas acerca do tema abordado. RESULTADOS: De acordo com o material discursivo analisado, a Psico-Oncologia propõe um enfrentamento do câncer através do apoio psicossocial e psicoterápico do doente e seus familiares. O trabalho da Psico-Oncologia suscita a possibilidade de auxílio no encontro de uma melhor forma de enfrentamento do câncer e promoção da qualidade de vida do paciente. Apresenta-se de forma consensual na literatura que o incentivo de novas atitudes, comportamentos mais saudáveis, modificação de valores em conjunto com o tratamento médico, faz com que o paciente apresente uma sobrevida com qualidade de vida e, em alguns casos até a cura da doença. Nesse contexto, acredita-se que o psicólogo deve sustentar uma escuta/acolhimento do sofrimento, fazendo com que o paciente e familiares possam (re)significar as condições em que se encontram, reforçando assim o poder de resiliência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com a análise da literatura nacional, percebeu-se que a Psico-Oncologia é uma área em formação no Brasil, que vem conquistando espaço através do desenvolvimento de trabalhos acerca da temática, disseminando a apreensão do sujeito em todas as suas dimensões (biopsicossocial) e não apenas como um corpo fragmentado e sintomático. Constata-se assim, a necessidade do desenvolvimento de estudos que demonstrem estratégias que assegurarem a participação efetiva de profissionais frente ao tratamento de pacientes oncológicos, considerando-se o papel das variáveis psicológicas e comportamentais para a sobrevivência e qualidade de vida do paciente oncológico.