A Miastenia Gravis (MG) é a doença autoimune da junção neuromuscular mais comum. Deve-se, maioritariamente, à produção de anticorpos contra os receptores da acetilcolina pós-sinápticos, ou contra a tirosina quinase músculo-específica, que provocam alterações morfológicas e/ou fisiológicas da junção neuromuscular. A MG apresenta-se como fraqueza muscular esquelética, não dolorosa, flutuante que agrava com a repetição de movimentos e melhora com o repouso. Este trabalho tem como objetivo descrever a experiência dos graduandos de enfermagem na aplicação do processo de enfermagem em paciente com miastenia gravis fundamentado na Sistematização da Assistência de Enfermagem e em seus Sistemas de Classificação. Trata-se de um relato de experiência do estágio na disciplina de Atenção Integral à Saúde I do curso de graduação de enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, realizado em um Hospital Universitário, no semestre letivo de 2013.1. Durante esse período, elaborou-se um plano de cuidados a partir da história clínica do paciente baseado na taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), Nursing Interventions Classifications (NIC) e Nursing Outcomes Classifications (NOC). A aplicação do PE mediante achados clínicos proporcionou a delimitação dos diagnósticos de enfermagem: Deambulação prejudicada; Mobilidade física prejudicada; Risco de quedas; Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais; e Ansiedade. A partir dos diagnósticos prioritários “mobilidade física prejudica” e “Deambulação prejudicada”, foi traçada a intervenção de Enfermagem “Terapia com exercício: deambulação”, aplicada no período de 8 dias, pelos estudantes de enfermagem e equipe de enfermagem. O resultado de enfermagem, “Locomoção: caminhar” foi avaliado durante a implementação da intervenção por meio de cinco indicadores pontuados em uma escala de likert de 1 a 5, sendo estes: caminha distâncias curtas; caminha com passadas moderadas; caminha em ritmo lento; caminha pelo quarto; contorna obstáculos. O apoio dos estudantes e da equipe de enfermagem ao encorajar, monitorar e auxiliar o paciente na deambulação inicial de forma segura, aliado a terapia medicamentosa da prednilosa oral proporcionou que nesse curto período a evolução da soma dos indicadores de 13 pontos, inicialmente, à 24 pontos. Assim, o paciente revelou-se entusiasmado com sua evolução, confiante nos seus esforços e grato a todos pelo apoio recebido. Ao final foi percebido maior controle dos sintomas de ansiedade. Percebeu-se que a assistência baseada em evidências culmina no cuidar efetivo, proporciona melhora no prognóstico do paciente e segurança profissional, implicando em maior qualidade no cuidado. Além disso, o quadro clínico e as vivências com o paciente com miastenia gravis proporcionou aos discentes uma experiência ampla, com comunicação interpessoal terapêutica que oportunizou o mútuo crescimento, equilíbrio e amadurecimento, proporcionado pelo raciocínio clínico, na elaboração e implementação do plano de cuidados, essencialmente importante para a evolução clínica do paciente, bem como no processo de formação dos acadêmicos de Enfermagem.