Introdução: Muitas mulheres morrem anualmente devido a complicações decorrentes do abortamento, que pode ocorrer de forma espontânea ou induzida. O abortamento inseguro, responsável por óbitos e esterilidade feminina, é reconhecido como um importante problema de saúde pública em todo mundo, particularmente mais grave nos países em desenvolvimento. A análise epidemiológica dos casos de abortamento é fundamental para mensuração da magnitude do problema, bem como do seu impacto na saúde das mulheres. Objetivo: Realizar análise epidemiológica dos casos de abortamento na Paraíba. Metodologia: Pesquisa documental do tipo exploratória descritiva, com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) através do sítio www.datasus.gov.br, considerando-se o período de janeiro de 2010 a junho de 2013. A amostra foi constituída pelos registros de atendimentos a mulheres na rede pública hospitalar do Estado da Paraíba em detrimento a gestações que terminaram em aborto espontâneo, induzido por indicação médicas ou outras razões. Constituíram-se variáveis do estudo: a forma de abortamento, a faixa etária e o município de residência da mulher. Os dados foram analisados estatisticamente e distribuídos em gráficos e tabelas usando o programa microsoft Office Excel versão 2012. Resultados: Constatou-se o registro de 15.628 gestações em mulheres com idade entre 10 e 79 anos que terminaram em abortamento ao longo do período estudado. Os dados revelam que entre as mulheres atendidas 87% (13.650) abortaram espontaneamente, 1% (17) abortaram por indicação médica e 12% (1.961) tiveram a intenção de induzir o abortamento por outras razões. A faixa etária entre 20 e 29 anos demonstrou maior prevalência para o aborto, apresentando uma taxa de 46%; 18% dos casos se concentram na faixa etária entre 10 e 19 anos; 28% dos registros correspondem a faixa etária entre 30 e 39 anos; 7% são referentes as mulheres entre 40 e 49 anos; 0,5% está na faixa etária de 50 a 59 anos e os grupos de mulheres com idade entre 60 e 69 ou 70 e 79 anos, correspondem 0,3% e 0,2% dos casos. Quanto aos municípios que registraram os atendimentos observou-se que a capital do Estado, João pessoa, concentra o maior número de registros de abortamento o que equivale a um percentual de 39% (6080), Campina Grande representa 32% (4988); Patos 7% (1054); Santa Rita 5% (749); Guarabira 3% (552); Cajazeiras 2% (321) os demais municípios do estado somam 12% dos registros de abortamento. Conclusão: Os resultados revelam a necessidade do fortalecimento de medidas de assistência à saúde da mulher, da educação sexual e do planejamento familiar. Não se descarta a possibilidade de subnotificações das ocorrências, pois a ilegalidade da pratica do abortamento leva a omissão da execução do ato. Palavras Chaves: Abortamento, aborto e saúde da mulher.