INTRODUÇÃO: Assim como acontece na maioria dos estudos, os pesquisadores lidam com problemáticas que, quando não contornadas, atrasam ou inibem a conclusão dos mesmos. São necessários conhecimento do tema a partir de outras experiências e desenvolvimento prático de pesquisa para, enfim, atingir o objetivo proposto. OBJETIVO: Relatar a vivência de uma pesquisa aplicada junto aos pacientes portadores de câncer de um hospital filantrópico, referência nesse tipo de atendimento. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, que ocorreu durante a aplicação de questionários e busca de prontuários para alcance dos objetivos propostos pela pesquisa intitulada “Uso de plantas medicinais por pacientes com câncer de mama atendidos em um hospital público de Campina Grande – PB”, pertencente ao Programa de Educação Tutorial – Fitoterapia, da Universidade Federal de Campina Grande – PB, e desenvolvida em Novembro de 2013. Nesta, foram vivenciadas situações dignas de registro, que servem de experiência para compreensão das problemáticas que envolvem o paciente oncológico e do sistema de gerenciamento do serviço de saúde. Para embasamento teórico científico do estudo foram utilizados dois artigos, eleitos pelos DeCS “pesquisa”; “neoplasias”; triados a partir do limite (estudos em humanos), idioma (português), assunto principal (comunicação) e tempo de publicação (2008 a 2014). Selecionaram-se textos completos indexados na Biblioteca Virtual em Saúde, permitindo a discussão analítico-descritiva da experiência. RESULTADO: O entendimento das questões que permeiam a delicadeza que é o assunto “câncer” mostrou-se essencial no desenvolvimento da pesquisa. Para aplicação dos questionários, os pesquisadores deveriam questionar pacientes em tratamento de radio ou quimioterapia. A maior problemática encontrada em curto prazo foi o desconhecimento do diagnóstico por parte de muitos pacientes. Não sabiam o que era a expressão “câncer” ou não foram informados pelos familiares para evitar outras situações, de cunho pessoal. Sabendo disso, é fácil imaginar qual o maior risco que enfrentamos: direta ou indiretamente, informar o diagnóstico. Contornamos esse momento a partir da mudança de postura, com uma simples pergunta inicial: Porque você está aqui? Depois disso, poderíamos continuar, com segurança, a aplicação do questionário. A segunda dificuldade enfrentada é inerente ao funcionamento do serviço de saúde, mais especificamente, sua estrutura gestora. Pois bem, nosso segundo alvo era reunir os prontuários dos pacientes entrevistados a fim de capturar informações técnicas do tratamento. Todavia, o serviço possui um sistema desatualizado e desestruturado de armazenamento dos prontuários, sendo capaz de obstaculizar a conclusão do estudo. Foi necessária a busca incessante em todos os setores do hospital referentes ao tratamento de câncer. Por vários motivos, muitos dos prontuários não foram visualizados, entre eles: não encontrados no registro geral; nomes dos pacientes não condizentes com o registro; intenso rodízio do prontuário pelos setores do serviço. CONCLUSÃO: Ressalta-se, com esse relato, a importância do entendimento teórico-prático por parte do pesquisador na aplicação do estudo. Bem como, a existência de um serviço de saúde que disponha de acessibilidade, comunicação entre os profissionais e uma estrutura organizada e atualizada de funcionamento, que possa fornecer meios de desenvolvimento de estudos que contribuirão para o crescimento acadêmico, institucional e da saúde.