SILVA, Ana Carla De França et al.. Assistência humanizada ao paciente idoso oncológico. Anais CONACIS... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/5085>. Acesso em: 25/11/2024 00:19
O envelhecimento populacional destaca-se como o fato mais significativo no âmbito da saúde pública mundial, acarretando, dentre outras modificações, o crescimento da incidência de doenças crônicas, a exemplo das doenças cardiovasculares e o câncer. Este último compromete tanto o estado físico quanto o psicológico dos indivíduos, sobretudo quando há debilidade física associada, como ocorre com indivíduos na senescência. Cabe aos profissionais de saúde, com destaque aos de enfermagem, prestar cuidado integral e humanizado, atento às necessidades físicas, psíquicas e espirituais do indivíduo cuidado. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência vivenciada na assistência, de forma humanizada, do idoso em oncologia, durante o estágio supervisionado II, realizado no mês de agosto de 2013 no Hospital FAP- Fundação Assistencial da Paraíba, no município de Campina Grande/PB. O estágio foi realizado pelos discentes da Universidade Estadual da Paraíba, acompanhados pela enfermeira preceptora. A assistência à saúde engloba diversas ações e, no que se refere ao profissional de enfermagem, o cuidado integral insere-se nas suas práticas cotidianas. A valorização do vínculo, de confiança e amizade entre o profissional de enfermagem, o cliente em tratamento oncológico e seus familiares contribuem para humanizar a assistência prestada, pois transcendem o aspecto físico do câncer e abrangem o indivíduo enquanto ser humano. As atividades iniciais consistiram em realizar a avaliação dos sinais vitais de todos os pacientes do setor oncológico. Durante a realização destas atividades identificou-se indivíduos frágeis, com comprometimento fisiológico, baixa tolerância ao tratamento oncológico, resistentes quanto aos procedimentos inerentes à quimioterapia, ansiosos e desanimados acerca do prognóstico e em sofrimento físico e mental. Como atores externos, observamos a equipe de trabalho da instituição, identificamos também a sobrecarga de trabalho da equipe de enfermagem que, por sua vez, dificultava a disponibilidade destes profissionais para dar a devida atenção aos pacientes, os quais se detinham meramente aos cuidados de base biológica. Através desta percepção, utilizando o diálogo e a escuta qualificada, buscamos atender as necessidades dos idosos cuidados, seja através de esclarecimentos sobre a doença e/ou tratamento, seja disponibilizando apoio emocional, experiência que foi muito bem aceita pelos idosos. Identificou-se que prestar assistência na oncologia geriátrica constitui-se um desafio para a equipe de enfermagem, pelas carências estruturais, pela sobrecarga de atribuições dos membros da equipe e pela inabilidade em estabelecer vínculos. Faz-se necessário discussão/implementação de estratégias de educação permanente da equipe de enfermagem e sensibilização destes a fim de melhor atender o idoso em tratamento oncológico, minimizando seu sofrimento.