INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aborto é a interrupção da gestação antes de 20–22 semanas ou com peso fetal inferior a 500g. A vivência de um aborto, independentemente de ter sido provocado ou espontâneo é um momento de reflexão para a mulher, pode envolver o sentimento de tristeza pela perda do filho, para isso, a equipe de enfermagem deve estar preparada para prestar uma assistência de qualidade, despindo-se de preconceitos, respeitando e suprindo as necessidades das pacientes de forma humanizada. OBJETIVO: Analisar a sistematização da assistência de enfermagem a uma paciente com aborto retido. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva do tipo estudo de caso clínico, desenvolvida com uma gestante diagnosticada com aborto retido. Foram utilizadas para a coleta de dados a observação assistemática, entrevista e a pesquisa documental do prontuário hospitalar da paciente. O estudo foi realizado em uma maternidade de referência da cidade de Crato-CE, durante os estágios curriculares da disciplina de Saúde em Cuidar IV da Universidade Regional do Cariri-URCA. A coleta de dados foi feita durante o mês de junho de 2013, através da realização da consulta de enfermagem, onde se desenvolveu a entrevista voltada para a anamnese, exame físico e levantamento das necessidades da paciente. A Paciente M.S.R., 36 anos, residente da cidade de Crato-CE, estava internada durante 3 dias para tratamento expectante com misoprostol em outro hospital, sem êxito, foi transferida para o hospital de referência, foi admitida no dia 10 de junho com queixa de dor tipo cólica em região pélvica e diagnóstico de aborto retido, com 12 semanas e 2 dias de gestação, onde foi submetida ao procedimento de curetagem. Exprime medo e desconhecimento do procedimento. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Visto a situação de aborto retido, a conduta adotada foi adequada, já que são medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde e que se adéquam às necessidades da paciente. Diante das distinções, a sistematização da assistência de enfermagem, possibilita a melhoria do quadro da paciente, tornando humanizada toda a conduta. Dessa maneira Foi elaborado um plano de cuidados, expondo os principais diagnósticos e intervenções de enfermagem para a paciente, os quais foram: Dor aguda relacionada a procedimento cirúrgico evidenciado por relato verbal de dor; Risco de infecção relacionado a concepto retido no útero; Déficit de conhecimento relacionado à falta de informações sobre o procedimento evidenciado por verbalização do problema. As intervenções foram: administrar analgésicos, promover repouso, higienização das mãos antes e após procedimentos, monitorar sinais de infecção, incentivar a verbalização dos medos e preocupações e questões relacionadas com a intervenção cirúrgica. CONCLUSÃO: A SAE facilita a comunicação e a qualificação da assistência prestada, assim como a valorização do atendimento, que a partir de tal ferramenta o torna individualizado na prestação dos serviços de enfermagem. Portanto, deve-se considerar relevante a importância da elaboração dos diagnósticos de enfermagem, para que se possam elaborar intervenções e por fim, avaliar a eficácia da assistência de enfermagem como processo humanizado.