Animê, é a forma contraída da palavra em inglês animation, que passou a designar todas as animações produzidas no Japão após a ocupação americana no país depois da 2ª Guerra Mundial. Essas obras são feitas conforme o público desejado, de acordo com o gênero e a faixa etária, com grande ênfase para a construção do roteiro. Dentre as temáticas abordadas, questões de gênero e sexualidade se fazem presentes. Diante disso, o presente estudo realizou uma análise fílmica do animê Haroun Musuko. Este animê conta a história de Nitori Shuuichi e sua amiga Takatsuki Yoshino. Ambos os personagens não se identificam com o gênero ao qual foram socializados. Os dois compartilham este segredo e passeiam juntos usando trajes considerados do sexo oposto. Com o passar do tempo, fica cada vez mais difícil para eles se travestir secretamente e começam a ter preocupação no desenvolvimento do corpo. Toda esta análise foi feita a fim de gerar uma discussão sobre quais as possíveis contribuições as diferentes perspectivas apresentadas podem trazer para a Educação em Ciências e como podem ser adaptados para seu uso na Divulgação Científica. Com base nos resultados nota-se que o maior fio condutor da história é a jornada de aceitação do protagonista com sua identidade de gênero. As crianças da história vivem em uma sociedade onde ainda se há pouca informação sobre a transexualidade e muitas inclusive nem sabem o que é. A partir da história, é possível notar que o animê aborda desde a autodescoberta e autoaceitação de pessoas trans até a aceitação de familiares, amigos e conhecidos, abordando sobre as confusões e frustrações que passam pela mente de pessoas que não se identificam com o gênero ao qual foram socializadas até o preconceito sofrido pela sociedade em que vivem.