GIAROLO, Kariel Antonio et al.. . Anais do VII CONAPESC... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/87313>. Acesso em: 24/11/2024 22:10
O presente trabalho tem como objetivo principal discutir os problemas ético-filosóficos referentes à experimentação animal, destacando o papel das Questões Sociocientíficas (QSC) para o Ensino de Ciências Naturais. A utilização de animais não-humanos em experimentos científicos é prática comum nos laboratórios de pesquisa, a qual invariavelmente acarreta sofrimento e sacrifício de boa parte dos animais utilizados, ocasionando, assim, uma série de discussões éticas. A justificativa para a utilização de animais não-humanos em experimentos gira em torno da necessidade de testes de medicamentos e outras substâncias previamente à testagem em seres humanos. Filósofos e ativistas dos Direitos dos Animais, como Peter Singer (1975), Gary Francione (2013) e Tom Regan (2006), entre outros, fazem duras críticas a tais práticas, enfatizando que, na maioria dos casos, a utilização de animais não-humanos é evitável e traz mais sofrimento desnecessário do que resultados positivos. Considerando o papel das questões éticas na Ciência e a importância da Educação Científica, faz-se urgente pensar criticamente determinadas práticas realizadas no contexto científico e as consequências que tais práticas trazem para nosso meio social. Uma vez que a problemática da experimentação animal diz respeito ao desenvolvimento da ciência é importante pensarmos como é possível abordá-la enquanto uma Questão Sociocientífica, o que além de apresentar outro viés da alfabetização científica também possibilita a interdisciplinaridade, visando como salienta Pérez (2012) evitar o reducionismo técnico das disciplinas, posto que os problemas de ordem científica e tecnológica estão relacionados a várias dimensões sociais.