A endocardite infecciosa (EI) é uma inflamação oriunda da proliferação de agentes infecciosos no endocárdio valvar, resultante de sua disseminação pela corrente sanguínea, ocasionando o acúmulo de detritos celulares, material trombótico e formação de vegetações, que produzem êmbolos sépticos, abscessos e destruição do endotélio cardíaco. Apesar dos avanços da medicina nos métodos de diagnósticos e tratamento, é uma condição clínica de elevada morbimortalidade. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre a EI para caracterizar a população quanto às características demográficas, apresentação clínica, comorbilidades e fatores de risco. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados: LILACS, MEDLINE, PubMed, UpToDate e ScieLo, com os descritores “Endocardite”, “Endocardite Bacteriana” e “Endocardite infecciosa" nos idiomas inglês e português. Vinte e cinco artigos cumpriram os critérios de elegibilidade e foram selecionados para a extração dos dados. Um total de 11.146 indivíduos compuseram esta revisão. Os resultados mostraram que a EI tem maior prevalência no sexo masculino, 64,46% da amostra, com média de idade de 54,6 (±10,23) anos, com comorbidades relacionadas ao sistema cardiovascular: hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, arritmias e estenose aórtica. Os fatores de risco não modificáveis foram idade, sexo, cardiopatia congênita, uso de válvulas protésica, uso de cateter de hemodiálise, doença reumática no coração. Em relação aos fatores de risco modificáveis, a hiperlipidemia, o tabagismo, o etilismo, o uso de drogas injetáveis, o histórico de extração dentária, a presença de marcapasso e o uso de dispositivos intracardíacos ou intravenosos foram os mais citados.