Os conceitos de stress, coping e apoio social estão intimamente ligados quando se analisam a teoria e investigação no âmbito do (des)emprego, sociabilidade e bem-estar na medida em que os eventos stressantes e as estratégias de coping influenciam quer a estabilidade das redes sociais, quer a disponibilidade e manutenção dos apoios sociais o que consequentemente tem influência em termos da satisfação e qualidade de vida (QV). Em termos dos efeitos da perda de emprego na sociabilidade associada à rede de contactos pessoais, importa salientar que a rede familiar/social de apoio tem um papel fundamental na sobrevivência dos desempregados e na sua probabilidade de reinserção no mercado de trabalho, pelo que pode considerar-se que as redes de apoio têm uma grande importância para o bem-estar e para a QV dos indivíduos. Além disso, a investigação demonstra que as relações interpessoais são pautadas pela influência mútua das caraterísticas pessoais e do contexto em que ocorrem, modificando-se assim ao longo do tempo. Assim, no âmbito das redes de sociabilidade, o papel do suporte social revela-se nuclear – particularmente em situações de vida difíceis. Com recurso a um estudo quantitativo que envolveu 115 participantes, procurou-se analisar a relação entre características das redes sociais de indivíduos em situação de desemprego, estratégias de coping utilizadas e QV. Os resultados obtidos sugerem a relevância das características sociais e da natureza das estratégias de coping utilizadas para a perpepção de QV. Algumas características específicas da situação de desemprego também produzem alterações na QV dos participantes. Na sua globalidade, os resultados parecem sugerir que a situação face ao emprego, as características das redes sociais e as estratégias de coping utilizadas para fazer face a um evento stressante (o desemprego) têm um papel fundamental na QV.