O artigo analisa dois livros de aritmética produzidos pelas professoras do Colégio São José, de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, no final do século XIX, para o público feminino. Como o tema se insere na História da Educação Matemática no estado gaúcho, este estudo qualitativo e documental ampara-se na história cultural para análise dos livros. A ideia defendida pelas autoras consistia em algo prático e necessário que visava facilitar às alunas do Colégio o conhecimento de uma ciência nem sempre atrativa para elas. Assim, objetivava-se um ensino mais prático, a partir de uma relação contínua da teoria com situações práticas. As obras abordam diferentes temas, iniciando com operações fundamentais, redução de número complexos e incomplexos, frações decimais, frações ordinárias, razões e proporções, regra de três (simples e composta), juros, regra de desconto, companhia, mistura e liga, potência, raiz e geometria. As atividades propostas, em sua maioria, eram através de situações-problemas, desenvolvidos de forma oral e por escrito, com foco no processo de repetição. Com base no exposto, constata-se que a metodologia utilizada pelas professoras nos livros visava despertar nas alunas o desejo de alcançar o conhecimento matemático e sua aplicabilidade.