O objetivo deste trabalho é trazer uma reflexão sobre os cruzamentos entre a discência e a docência nas disciplinas de Estágio Curricular em Ensino de Dança, do curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. O estudo parte das considerações obtidas à luz de quatro olhares, minhas próprias vivências obtidas neste curso e universidade: 1. Primeiramente como estudante do curso, a realização dos estágios de observação e regência (2015.2, 2016.1, 2016.2 e 2017.1); 2. A monitoria na disciplina de estágio obrigatório de forma paralela ao momento como estagiário (2017.1); 3. Também a oportunidade de ser supervisor de estágio de outros discentes do curso, ainda como estudante da mesma graduação (2016.1 e 2017.1); 4. Professor da disciplina de estágio curricular no mesmo curso de graduação onde estive como estudante (2022.1). Desta maneira, pretendo realizar um relato de experiência de caráter descritivo, crítico e reflexivo do meu percurso discente-docente. Esta iniciativa visa a caminhos para um melhor entendimento do estágio curricular obrigatório e sua relevância tanto na formação do aluno como um artista-docente em um curso de licenciatura (em Dança), como também na formação de um professor universitário. Esta licenciatura considera que os/as alunos/as egressos/as obtenham minimamente um perfil de artista, docente e pesquisador(a), e isso me tem feito (re-) pensar os estágios como férteis possibilidades para realização de pesquisas diversas, tanto em criação artística como em práticas de ensino. Esta discussão está fundamentada principalmente nos pressupostos de Freire (2002), de que “não há docência sem discência” e que “não há ensino sem pesquisa”; bem como em Pimenta (1999) no que toca a análise das práticas pedagógicas e docentes para “repensar a formação inicial e contínua”.