A democratização do Ensino Superior ocorrida nos últimos anos no Brasil, possibilitou muitos estudantes ingressarem na universidade e darem continuidade aos seus estudos. Entretanto, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), somente 15,4% dos ingressantes tiveram acesso a instituições públicas e apenas 20,2% matricularam-se em cursos de licenciatura. Essa disparidade chama a atenção para a reflexão sobre as formas de acesso e os processos de permanência dos estudantes na universidade, tendo como base o (re)conhecimento do perfil socioeconômico e de suas influências, a fim de ampliar e auxiliar as discussões no campo educacional. Desta forma, o presente estudo propõe analisar o perfil socioeconômico de licenciandos em Química do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) campus Pau dos Ferros e investigar suas motivações para escolha do curso, relação com ele e perspectivas profissionais. Trata-se de uma pesquisa de campo e descritiva, na qual participaram 62 estudantes regularmente matriculados, o que corresponde a 75,6% da população. Para a coleta de dados, foi aplicado um questionário de forma remota através do Googleforms, com questões sobre dados socioeconômicos e acadêmicos dos discentes. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Como resultados principais, observou-se que a maioria dos estudantes pertence ao sexo feminino (54,8%); tem faixa etária variando entre 18 e 36 anos, sendo a maioria (27,9%) com 19 anos; é oriunda de escola pública (98,4%); possui renda familiar média de até 1,5 salário-mínimo (58%); escolheu o curso pela afinidade com a área (18,5%) e inspiração em um professor (20,2%), mas que não deseja ser docente (62,9%). De forma geral, os estudantes desejam concluir o curso e consideram a possibilidade da docência, apesar das dificuldades que influenciam no desempenho acadêmico. Entretanto, esse não é o objetivo principal da maioria deles.