O ano de 2020 foi marcado pela pandemia da COVID-19 que nos surpreendeu em muitos sentidos colocando em xeque concepções de educação, escola, docência, currículo e didática tão presentes e/ou cristalizadas em nossos discursos pedagógicos. Dentro do contexto pandêmico, fomos conversando no CAp-UERJ sobre nossas concepções e práticas, também debatemos sobre o racismo e a luta antirracista em nossa sociedade a partir do Projeto de Iniciação à Docência (ID) pensando uma didática racial na escola do tempo presente. Objetivamos contribuir com tantas inquietações na/para a formação docente, sobretudo uma formação inicial, pretendendo avançar por novas outras questões que se põem entre a escola de educação básica e a universidade, a partir dos dispositivos das Leis 10.639 e 11.645 sobre questões raciais. Tomamos como interlocutores os/as autores/as Nilma Lino Gomes, Azoilda Loretto da Trindade, Kabengele Munanga, bell hooks e Renato Noguera. Nosso desafio é pensar/agir/lutar a favor de práticas antirracistas no cotidiano escolar. Metodologicamente, trabalhamos a partir de dois caminhos: i) trabalho com os mapas mentais produzindo uma reflexividade sobre as questões raciais na formação docente no âmbito do projeto. O mapa mental é uma técnica de estudo do final dos anos de 1960 que possibilita a criação de resumos tornando-se aportes de fundamentação teórica e pedagógica; ii) curtas-metragens, em uma turma de 5º ano do Ensino Fundamental ao longo do ano letivo de 2020, tendo crianças como protagonistas. Fomos produzindo uma reflexividade sobre/com as infâncias e as questões raciais: o que dizem e pensam as crianças sobre o racismo? Como pensam e o que dizem sobre a luta antirracista? Assim sendo, vimos alguns curtas: i) Ana e a cor de pele; ii) Dúdú e o lápis cor de pele; iii) Disque Quilombo; iv) A câmera de João; v) Cores e Botas; iv) Hair Love; vii) Nossa Voz ecoa ; viii) Pode me chamar de Nadir que problematizavam os tons de pele, as questões de raça e cor, bem como, ser criança em um mundo que lida com o racismo. À guisa de conclusão, podemos pensar que o ano de 2020, além da pandemia, exacerbou a luta antirracista como sendo urgente e necessária dentro da sociedade. As vozes das crianças do CAp-UERJ são lidas como potências que nos ensinam mais e mais sobre um mundo Outro possível problematizando questões de raça/cor e, dessa maneira, produzindo uma didática racial sensível à realidade da escola.