Dentre os diversos modelos avaliativos, a autoavaliação é um dos que são subutilizados pela maioria dos docentes, sendo possível verificar uma parcela pequena de mediadores que a realizam de maneira efetiva, gerando evidências de aprendizagens. Além de se mostrar como uma ferramenta capaz de estabelecer reflexões acerca do processo de ensino e aprendizagem, é possível perceber o impacto das metodologias aplicadas e assim buscar soluções para as lacunas encontradas. Para os estudantes, esta avaliação pode ser vista como um documento onde é possível voltar seu olhar às demais esferas do conhecimento para além da cognitiva, como a socioemocional, por exemplo, refletindo sobre seu engajamento, suas potencialidades e suas dificuldades, além de ser possível mensurar a satisfação com relação aos processos realizados. Porém, é imprescindível que a autoavaliação não seja um faire pour faire, mas que seja acompanhada de devolutivas ao estudante. Faz-se necessário que o docente exponha a importância deste instrumento, para que todos os envolvidos vivenciem a real mudança de postura acerca do que foi mencionado durante a aplicação. Esses feedbacks vão muito além das notas quantitativas, uma vez que a ideia central é propor aos estudantes que as avaliações tradicionais não os definem como ser, e que todo processo, inclusive situações pessoais como transtornos e situações relacionais, podem ser levados em consideração para auxiliar a construir seu caminho enquanto estudante. Respeito a esses limites, por meio de todos os envolvidos na educação, pode ser a fórmula para que a construção de uma aprendizagem equitativa, onde mais do que a nota, o processo é valorizado. A experiência com o instrumento superou as expectativas, revelando estudantes mais engajados e “tirando a invisibilidade” daqueles que a utilizavam para poder, muitas vezes, “desabafar” as angústias do período e receber uma resposta de como poderiam lidar com aquelas situações, buscando a superação pessoal.