Indivíduos com necessidades especiais devem encontrar na sociedade, caminho propício para seu desenvolvimento através da educação e qualificação para o trabalho. O tema educação inclusiva é relevante, visto a conscientização da população em termos de inclusão social e das políticas públicas que viabilizam a entrada de portadores de deficiência no ambiente escolar. Ao se abordar a educação inclusiva, é necessário levar em conta questões como: formação do professor; necessidades do aluno; adequação do ambiente escolar e os recursos pedagógicos disponíveis. O presente trabalho visa sondar o conhecimento dos alunos sobre o tema e analisar a adequação das escolas estaduais de ensino médio, seja em relação a capacitação dos recursos humanos ou em termos de estrutura física, para lidar com discentes que apresentem algum tipo de necessidade especial. Para isso, foi realizada uma a pesquisa de campo e a aplicação de questionários em escolas públicas de ensino médio, localizadas na cidade de Campina Grande-PB, para avaliar a adequação dos ambientes escolares, sondar o conhecimento do corpo discente sobre a questão da inclusão escolar e a capacitação dos discentes. Para conferir representatividade estatística ao estudo realizado, foram entrevistados docentes e discentes de escolas das 4 microrregiões de Campina Grande (norte, sul, leste e oeste). Ao todo foram abordadas 12 escolas, entrevistados aproximadamente 468 discentes e 12 docentes. Também foi realizada uma avaliação da estrutura física e condições de acessibilidade nas escolas visitadas. A partir da análise dos questionários e da observação in loco foi possível realizar uma análise crítica da conscientização e situação atual dos ambientes escolares na cidade de Campina Grande – PB. Em relação ao conhecimento dos discentes acerca do conceito de inclusão social, apenas 69% estudantes conseguiram definir adequadamente o termo. Já no tocante a capacitação do corpo docente para o atendimento das pessoas com necessidades especiais, pode-se verificar que a maioria dos professores entrevistados não se consideram aptos para ensinar a alunos com necessidades especiais, no entanto nunca haviam participado de cursos de capacitação, apesar de demonstrarem o desejo de se atualizar com relação ao tema em discussão. De forma geral, os docentes mostraram desconhecimento em relação ás políticas públicas específicas, como o Programa escola acessível (MEC, 2011); Programa BPC na escola (MEC 2007); Formação continuada de professores na educação especial (MEC, 2011); entre outros. O que indica a falta de acesso aos programas governamentais na sua totalidade, e que poucos professores são submetidos à formação continuada nesta área. Quando perguntados sobre a estrutura física das escolas visitadas, 25% dos docentes achavam que a escola possuía instalações adequadas para a atender as pessoas com necessidades especiais, enquanto 75% responderam que a escola não possuía estrutura física adequada em termos de acessibilidade. A inadequação da maioria das escolas foi comprovada in loco, onde foi constatado que as mesmas não se encontram adaptadas, por serem construções antigas que ficaram durante muito tempo sem reformas. De certa forma, a escola é o retrato da sociedade, que ainda não se encontra adaptada para que todas os indivíduos se sintam incluídos nestas.