SILVA, Francisca Alves Da. Ressignificação do envelhecimento: corpo e poder. Anais I CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/9219>. Acesso em: 25/11/2024 00:20
Vivemos em uma sociedade que cultua a juventude, o belo, o novo. O ideal de felicidade está associado à juventude e o modelo de corpo apresentado com correto e saudável é um espelho dessa aparência. Encontramos nisto um dos grandes conflitos na relação do sujeito com o envelhecimento. A biopolítica nas sociedades ocidentais colocou no centro de suas atenções o discurso médico, visando à medicalização e disciplinamento da sociedade. Essa medicalização da sociedade ocupa lugar central quando o assunto é velhice. Os discursos que circulam sobre o envelhecimento são atrelados ao discurso da medicina. A prática de hábitos saudáveis, alimentação adequada, atividade física e o constante cuidar de si são estratégias biopolíticas para a padronização e uniformização das subjetividades, visando à saúde e a contínua vigilância dos corpos. Neste trabalho tratamos sobre a ressignificação da velhice e sua relação com o corpo. Os movimentos discursivos que apresentam o velho como único responsável pela sua saúde e/ou doença. O envelhecimento tornou-se um consistente mercado e o capitalismo age sobre ele, o ressignificando. Neste trabalho fazemos uma descrição dos movimentos históricos do poder em diversas sociedades que resultaram no que conhecemos hoje como biopoder. Vemos que são nas relações de pode e saber que a velhice ganha status positivo, desde que o sujeito velho atenda as técnicas que o transforma em idoso ativo, jovial e engajado. Este trabalho se referencia teórica e metodológica na Análise de Discurso Francesa, com ênfase nos estudos de Michel Foucault.