Este artigo propõe discutir acerca do diálogo entre o romance Os Sertões, de Euclides da Cunha (1902), e outras artes presentes no livro didático de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Ensino Médio, geralmente, tais artes são transmutadas para espaços virtuais. Um diálogo sustentado pela intersemiose de Roland Barthes e o desconstrutivismo de Jacques Derrida, busca na herança euclidiana, a partir do signo guerra, produções artísticas que remetem a Guerra de Canudos (1896-1897), temática da terceira parte do livro em discussão. A leitura do livro Os sertões, de Euclides da Cunha, análise de manuais didáticos e interpretação crítica das artes alusivas ao enredo do romance, bem como a desmontagem literária da obra euclidiana no espaço virtual fazem parte dos passos metodológicos da pesquisa. Como os silêncios foram rompidos desde a primeira publicação de Os Sertões, as representações artísticas referentes ao enredo poderão fortalecer e ecoar vozes submersas, como as pinturas do artista plástico Silvio Jessé, por exemplo. Desse modo, os estudos canudianos promovidos por Lícia Soares de Souza, Manoel Neto, Iraci da Rocha e Antônio Olavo são como pincéis sobre a tela inconclusa que vem sendo pintada desde o final do século XIX por muitas mãos que transformam a tragédia ocorrida em Canudos em arte.