Este trabalho refere-se a um relato sobre a experiência vivenciada na disciplina Modelos e Práticas em Biologia Celular (MPBC), no curso de licenciatura em Ciências Biológicas da UESB, uma universidade pública no sudoeste da Bahia, Brasil. O objetivo deste é relatar e discutir as razões que levaram à produção de modelos didáticos inclusivos por alunos de Ciências Biológicas na referida disciplina (MPBC), além de descrever os resultados obtidos nessa experiência, visando deficientes visuais. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e interventiva. A pesquisa intervenção visa produzir mudanças e transformação, destinadas a melhorias no processo de aprendizagem dos sujeitos participantes. Os participantes da pesquisa, constituem-se de 20 estudantes. O instrumento de coleta foi a entrevista semiestruturada. O referencial teórico é a tomada de consciência na Epistemologia Genética. Artigos e trabalhos de outros autores também contribuíram para nossas reflexões. A tomada de consciência ocorre pela capacidade de dialogar, de refletir acerca de sua ação, à qual foi evidenciada na construção de diferentes modelos didáticos e nas verbalizações dos resultados desta vivência pelos discentes. A ação aqui foi uma ação mental, uma cooperação que permitiu que os sujeitos coordenassem diferentes pontos de vista, e fossem inferindo; e, desta forma, estabelecendo relações, dentro das possibilidades de cada um, até uma estruturação do pensamento, constituindo “novos possíveis” - pode-se avançar atualizando as representações. Assim, podemos constatar que as discussões dos textos, a cooperação nos grupos e a produção de modelos didáticos inclusivos, contribuíram para tomadas de consciências sucessivas, a partir de uma aprendizagem significativa por parte dos alunos, ainda que os níveis de aprendizagem tenham sido diferenciados, principalmente em relação aos alunos com deficiência visual.