É certo que, historicamente, a invisibilidade das pessoas com deficiência tem produzido efeitos nefastos no decorrer de suas trajetórias, resultando em contextos os quais, para além da negação dos direitos humanos mais básicos, se convertem em experiências de exclusão e discriminação. Ora por meio de discursos e práticas nitidamente perceptíveis, ora através de atitudes sutís e veladas, tais contextos são recorrentes, tanto no ambiente familiar, onde, em muitos casos, a voz e as escolhas das pessoas com deficiência são desconsideradas, como nos espaços de saúde, educação, trabalho, dentre outros, nos quais a presença destas pessoas sequer é esperada. No Brasil, o debate acerca do capacitismo, o qual infantiliza e inferioriza pessoas em razão da deficiência, impossibilitando-as de desempenhar uma participação social proativa, vem ganhando força nos mais variados espaços de discussão, contemplando desde a produção científica, até a disseminação de mobilizações nas mídias sociais (ANDRADE, 2015; MELLO, 2014 e FARIAS, 2019). De acordo com a concepção capacitista, a ausência de um membro ou de um sentido e, sobretudo, as dificuldades relacionadas ao intelecto, se caracterizam como impedimento grave no tocante à comunicação, ao estabelecimento de vínculos e à utilização dos meios de produção, se comparado aos corpos culturalmente definidos como normais (MARCHESAN; CARPENEDO, 2021). Partindo desta problemática, objetivamos fortalecer a luta anticapacitista através da identificação de discursos e atitudes discriminatórias, sutís ou veladas, denunciadas por ativistas da deficiência nas mídias sociais. Ancorada numa aborgem qualitativa, a coleta de dados desta pesquisa se realizou em perfis do instagram de ativistas que atuam na área da deficiência. Os resultados revelam que a sociedade cotidianamente reproduz discursos e atitudes capacitistas, como apontam os criadores de conteúdo. Assim, o combate ao Capacitismo implica em ressignificar nossas concepções acerca da deficiência.