Ao afirmar Dias Gomes como um dramaturgo nacional-popular, Costa (2017) implica na natureza subversiva de suas obras mais aclamadas, entre elas, O pagador de promessas (1959), adaptado para o cinema em 1962. Tematizando a reforma agrária e as matrizes religiosas populares do Brasil, a obra gomesiana abrange aspectos do teatro épico como forma histórica, como defendida por Brecht, contraposta por Szondi (2001) a partir das incursões de Lukács (2009). Nesse sentido, o presente trabalho objetivou analisar a adaptação cinematográfica e o texto dramático, denotando semelhanças e diferenças na construção de uma forma histórica híbrida (peça e filme) da dramaturgia brasileira que reafirma o caráter nacional-popular de obras da época. Concluímos que ambos os textos assumem formas históricas do gênero ao se filiarem com as ideias estéticas e políticas da época, a saber, o Cinema Novo e as lutas camponesas retratadas na obra.