No campo do Ensino de Ciências, defende-se a utilização da História da Ciência (HC) no ensino de ciências, tendo em vista que tão importante quanto saber sobre os conteúdos científicos, é também conhecer sobre as ciências. Quando estudamos a HC, vemos exemplos dos processos de desenvolvimento do conhecimento científico imerso em um contexto social, como resultado das necessidades deste, e que se relaciona a diferentes culturas. Dessa forma, este trabalho discute as relações entre Ciência e Arte, principalmente entre física e pintura, e temos como objetivo apresentar os caminhos e as práticas culturais implicadas no melhoramento das máquinas a vapor e as suas imbricações no desenvolvimento da Termodinâmica, e também na Arte, em particular, no contexto da Revolução Industrial na Inglaterra no século XIX. As imbricações apontadas não buscam estabelecer, especificamente, relações de influência entre estes campos, tampouco sugerimos que cientistas tenham buscado em pinturas soluções para algum tipo de problema, ou mesmo o contrário, mas, como pinturas, por muitas vezes retrataram concepções do mundo científico. Assim, a ciência se desnuda para nós como parte da cultura que se imbrica numa rede de práticas, sociais, políticas e estéticas e pode nos ajudar a compreender melhor o processo histórico que nos trouxe até aqui.