Aos menos avisados, o currículo da escola básica no Brasil nunca foi algo muito preocupante. Seja porque a escola não era para classes baixas, seja porque não havia um sistema de avaliação que agregasse o aprendizado da vida escolar, pois o foco era o ensino de 2 grau, atual ensino médio, como porta de entrada para a universidade. Mas isso é um engano raso. Desde o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, o currículo tem sido foco das discussões, se não do grande público, ao menos o é nas entidades ligadas a educação e nos grupos de pesquisa e ou grupo de trabalho dessas entidades. De todo modo, estamos envolvidos com a execução da BNCC do ensino fundamental e com o dilema sobre o EM. Alguns pontos precisam ser destacados na discussão sobre a BNCC: 1- a ausência de referência autores que cunharam o termo metodologias ativas e aprendizagem significativa como Dewey e Auzubel; 2- o currículo regional; 3- o uso das TIC’S no processo de ensino aprendizagem como marketing de inclusão. Assim, o currículo da escola básica, que sempre existiu, mas não na forma de um documento oficial, ganhou sua versão timbrado e carimbado. O discurso do currículo regional ganhou destaque, a sociedade transferiu para escola a responsabilidade de resolver inúmeros problemas sem as ferramentas necessárias e sem material pedagógico, sem pessoal qualificado e sem laboratórios de tecnologias. Este trabalho é uma análise do material produzido pelo Ministério da educação e pelos estados, no intuito de mapear pontos positivos e negativos dos cadernos curriculares que norteiam a educação básica brasileira. A análise considerou a BNCC geral e os cadernos dos estados de Mato Groso, Maranhão, Rio de Janeiro, Paraíba, Tocantins, Bahia. O que se constata é quase um estelionato em relação ao currículo regional, já nas questões de tecnologias o fosso é medieval e o apagamento de Dewey cedeu lugar à teoria do saber fazer de Perrenoud.